domingo, 5 de abril de 2015

As misses do Brasil ainda vagam à deriva

Miss SP14 - opaca
Sabemos desde sempre que a Organização Miss (Universo) Brasil jamais priorizou preparar e aperfeiçoar misses para competir. As modelos que sobressaem o fazem por força e determinação próprias. E exemplos quentinhos estão aí para não nos deixar mentir.

A miss São Paulo 2014 esteve bem enquanto fora miss Ribeirão Preto. Conquistou o título estadual e tudo mudou, especialmente as medidas gigantescas, visíveis à olho nu, apresentadas na sucessão do título municipal, em 2015. E vejamos: a miss São Paulo é contratada e orientada pelo mesmo organismo que comanda a miss Brasil (pessoa).

Não poderia ser diferente. Melissa Gurgel foi impecável enquanto ainda respirava os ares do título estadual. Sua maior derrota foi o Miss Universo não ter ocorrido dias após sua eleição em setembro passado. É estranho afirmarmos isso, mormente por defendermos um intervalo mínimo de seis meses entre a eleição da MUB* e o evento MU*.

MUB14 - perfeita até a eleição
Entretanto, essa máxima só funciona para aqueles que levam a sério o que fazem e trabalham, de fato. Os três meses após a eleição da miss Brasil 2014 foram suficientes para desconstruí-la e então, chegar à concentração do MUO*, estranhamente forte, e claro, acima do peso.

Hoje, tem aparecido menos, mas aparece e ainda mais destoante da figura que se espera de uma miss Brasil.

Com Jakelyne Oliveira e Gabriela Markus a fórmula do desleixo não funcionou. Ambas se mostraram em constante evolução e não deixaram margem para qualquer crítica a atuação enquanto miss Brasil 2013 e 2012, respectivamente. Mérito das misses que demonstraram empenho à causa, mormente à causa de cuidar de si mesmas, independente do norte tresloucado de seus comandantes inertes, sonolentos, omissos ou apenas relapsos.

Não vimos, até agora, motivos que renovem quaisquer esperanças. Para isso seria necessário uma varredura indiscriminada, começando pelas cabines mais luxuosas até os cantinhos mais escuros dos porões desse navio ainda malcheiroso que é o Miss Brasil, enquanto organização. Temos a certeza que isso não vai acontecer da mesma forma que é certa a manutenção dos erros grosseiros do passado e presente.

Esperamos que em 2015 apareçam moças fortes (não apenas bonitas), capazes de impor por si mesmas, sem brigas ou inimizades, que o caminho que devem seguir, enquanto miss, é o da sanidade, da coerência; e contribuam para tirar, um pouquinho que seja, o mundo-paralelo* do caminho retrógrado e enviesado que se encontra, como bem fizeram Jakelyne e Gabriela.

Miss Natal (RN) 2015 - não podemos "abandonar o barco" quando aferimos belezas assim!

Manoela Alves
Não podemos aferir objetivo em nenhum certame brasileiro, mas podemos aferir belezas que surgem a cada ano como um bálsamo maravilhoso aos nossos olhos. Certamente, "eles" continuarão a nos tirar a paciência, o ânimo em acompanhar os eventos; podem nos privar de ver a leveza e modernidade, consequentemente, nos enfiar goela abaixo o antiquado, o brega estereotipado, o estagnado. Mas, uma coisa é certa, as belezas brasileiras continuarão a ser vistas e apreciadas, mesmo nesses concursos, pois a cada ano são elas que nos renovam as mirradas expectativas.

E Natal (RN) que o diga.

* MUB: Miss Universo Brasil; MU: Miss Universo; MUO: Miss Universe Organisation; mundo-paralelo: mundo-miss.

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