sexta-feira, 10 de julho de 2015

Estereótipo e os concuros de beleza - mais um...

Ninguém mais quer ver concurso; mulher pelada a gente ver na Playboy americanaalgo do tipo esbravejou Sílvio Santos às misses em seu programa dominical.

Foi, sem dúvida uma afirmação grosseira, mesmo vindo de um animador de programa de auditório. Tão grosseira que as próprias jovens que ali estavam não conseguiram esconder o constrangimento.

Ora, a realidade dos concursos de beleza no Brasil é essa. Pensamentos daquele naipe, ainda que feito sob a batuta de programa de entretenimento, reflete o desprestígio atribuído a tais eventos. Eventos estes que somente aparece fora do casulo do mundo-paralelo1 quando de algum escândalo – como no caso do Miss (Mundo) Brasil 2015.

Não é possível atribuir credibilidade à um organismo que mais veicula um erro crasso (e amador) – admitir uma miss-casada, para logo após destituí-la –, do que o trabalho para a divulgação dos projetos sociais que diz defender.

Seria tão mais bonito e decente levar às televisões de sinal aberto no Brasil propostas de divulgação das ações de conscientização e combate à Hanseníase – projeto que a organização jura defender; seria tão mais didático elevar o debate em rede nacional, cujo tema fosse a prática dos tais projetos para além da mera pontuação no concurso.

Infelizmente, a beleza que vemos em nossos certames, ano a ano, tem se mostrado superficial, embora todos pregam que o tal “conjunto de miss” englobe tudo. Talvez esse tudo faça com que sejam nada após a noite da grande final ou após baixar a poeira do escândalo que os alavancam na mídia.

A reflexão tosca de Sílvio Santos sobre os concursos, consequentemente, sobre a postura das jovens que deles participam é idêntica aquela que faria a grande maioria das pessoas que não estão inseridas nesse mundo. Aqui ratificamos, o grande culpado pelo insucesso são os próprios organizadores balizados por visão torta de marketing ou mesmo pela pífia divulgação pura e simples. Como visionários do mundo-paralelo todos têm demonstrado o mais apurado amadorismo.

Diante desse tipo de insinuação podemos aferir com propriedade que o caminho por onde vem trilhando os certames no Brasil está deteriorado e tudo nos faz crer que assim permanecerá por longos dias. Em contrapartida, temos verificado algumas eleitas nos últimos anos (não somente no segmento “mundo”), com condições de resgatar o prestígio do certame, não fosse a preparação nula e aperfeiçoamento inexistente, porque terrivelmente equivocado.

Alavancado pela última polêmica, o certame “mundo” Brasil 2015 alcançou um patamar significativo. No entanto, o maior ganho foi a eleita, visivelmente, capaz de competir de fato no Miss World. Hoje é capaz, frisemos –, até dezembro, quando competirá na China, a preparação já poderá tê-la destruído.

Caso tudo corra bem, talvez, somente com o título de Miss World, a bela miss Brasil, espezinhada pelo magnata-apresentador-tupiniquim, possa mostrá-lo ou até convencê-lo, que em um concurso sério, mesmo que ocorram apresentações em traje de banho, o objetivo das participantes não é, necessariamente, mostrar suas bundas desnudas.

Dê-se ao respeito; sede respeitado… é chegada a hora dessa máxima tornar-se o carro chefe dos concursos de ponta no Brasil.
1. mundo dos concursos de beleza

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