Ninguém mais quer ver concurso; mulher pelada a gente ver na Playboy
americana – algo do tipo esbravejou
Sílvio Santos às misses em seu programa dominical.
Foi, sem dúvida uma afirmação grosseira, mesmo vindo de um animador de programa
de auditório. Tão grosseira que as próprias jovens que ali estavam não conseguiram esconder o constrangimento.
Ora, a realidade dos concursos de beleza
no Brasil é essa.
Pensamentos daquele naipe, ainda que feito sob a batuta de programa de
entretenimento, reflete o desprestígio
atribuído a tais eventos. Eventos estes que somente aparece fora do casulo
do mundo-paralelo1 quando de algum
escândalo – como no caso do Miss (Mundo)
Brasil 2015.
Não é possível atribuir credibilidade à um
organismo que mais
veicula um erro crasso (e amador) – admitir uma miss-casada, para logo após
destituí-la –, do que o trabalho para a
divulgação dos projetos sociais que diz defender.
Seria tão mais bonito e decente levar às
televisões de sinal aberto no Brasil propostas de divulgação das ações de conscientização e combate à
Hanseníase – projeto que a organização
jura defender; seria tão mais didático elevar o debate em rede nacional,
cujo tema fosse a prática dos tais projetos para além da mera pontuação no concurso.
Infelizmente, a beleza que vemos em nossos
certames, ano a ano, tem
se mostrado superficial, embora todos pregam que o tal “conjunto de miss”
englobe tudo. Talvez esse tudo faça com que sejam nada após a noite da grande
final ou após baixar a poeira do
escândalo que os alavancam na mídia.
A reflexão tosca de Sílvio Santos sobre os
concursos, consequentemente,
sobre a postura das jovens que deles participam é idêntica aquela que faria a
grande maioria das pessoas que não estão inseridas nesse mundo. Aqui
ratificamos, o grande culpado pelo insucesso
são os próprios organizadores balizados por visão torta de marketing ou mesmo pela pífia divulgação
pura e simples. Como visionários do mundo-paralelo todos têm demonstrado o mais apurado amadorismo.
Diante desse tipo de insinuação podemos
aferir com propriedade
que o caminho por onde vem trilhando os certames no Brasil está deteriorado e
tudo nos faz crer que assim permanecerá por longos dias. Em contrapartida, temos verificado algumas eleitas nos
últimos anos (não somente no segmento “mundo”), com condições de resgatar o
prestígio do certame, não fosse a preparação nula e aperfeiçoamento inexistente,
porque terrivelmente equivocado.
Alavancado pela última polêmica, o certame “mundo” Brasil 2015 alcançou um patamar
significativo. No entanto, o maior ganho foi a eleita, visivelmente, capaz de competir de fato no Miss World. Hoje é capaz, frisemos –, até
dezembro, quando competirá na China, a preparação já poderá tê-la destruído.
Caso tudo corra bem, talvez, somente com o título de Miss World, a bela miss Brasil,
espezinhada pelo magnata-apresentador-tupiniquim, possa mostrá-lo ou até
convencê-lo, que em um concurso sério,
mesmo que ocorram apresentações em traje de banho, o objetivo das
participantes não é, necessariamente, mostrar suas bundas desnudas.
Dê-se ao
respeito; sede respeitado… é chegada a
hora dessa máxima tornar-se o carro chefe dos concursos de ponta no Brasil.
1. mundo dos concursos de beleza
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